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O Que Preciso saber sobre aparelhos auditivos



O que é um Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI)?

Aparelhos de Amplificação Sonora Individual (AASI) é o nome técnico dos aparelhos auditivos. São próteses que auxiliam quem têm alguma perda auditiva a se comunicarem melhor e como o próprio nome diz, são adaptadas para o indivíduo conforme o tipo de perda, severidade e atividades de vida. Sua função primordial é amplificar os sons da fala ao mesmo tempo em que filtram ruídos indesejáveis do meio ambiente como barulhos de carro, de conversas paralelas e até mesmo música ambiente. Além disso, um AASI é apenas uma parte do processo de reabilitação auditiva, que por sua vez consiste em garantir não somente a capacidade de ouvir e entender mas também a reinserção do paciente em seus núcleos sociais através da adaptação familiar, regulagem adequada da prótese e compreensão das necessidades comunicativas individuais.


Qual a diferença entre aparelho auditivo e amplificador auditivo?

Diferente de uma simples caixa de som ou de um Amplificador Auditivo, desses que são vendidos em sites, os Aparelhos Auditivos também podem modificar os sons de forma a tentar suavizar as distorções da sensação sonora gerada pela amplificação, trazendo mais conforto e audibilidade ao usuário. Além disso, alguns tipos de perda auditiva prejudicam a nossa capacidade natural de filtrar sons e ruídos do meio ambiente e acessar os sons de fala. Por esse motivo, amplificar somente não funciona para uma adequada reabilitação auditiva.


Como surgiram os aparelhos auditivos?

O primeiro aparelho auditivo de transistor foi lançado no final de 1952. Foi projetado como um aparelho auditivo de bolso, depois para se encaixar nas armações de óculos, mais precisamente nas hastes. Posteriormente, eles foram adaptados para funcionar como prendedores de gravata, brincos até se encaixar atrás da orelha como são hoje.

No século XX, os aparelhos auditivos receberam diferenciações tecnológicas, passando os antigos a ser chamados de analógicos e os novos que surgiam de programáveis. A qualidade do som melhorou significativamente e a opção programável tornou o aparelho auditivo mais personalizado, pois através das opções de programas e ajustes pode ser adaptado de acordo com a perda auditiva e as atividades de vida diária do usuário.

O século XXI está marcado pela conexão da evolução tecnologia, científica e médica, com a tecnologia digitalmente programável e o auxílio de computadores, o aparelho auditivo tornou-se menor, mais potente e ainda mais preciso, com ajustes capazes de atender de forma precisa a necessidade e confortos auditivos do usuário.


Como Funciona um Aparelho Auditivo?

Os aparelhos auditivos são constituídos por três partes: microfone, amplificador e receptor. O microfone capta o som e transforma em um sinal elétrico equivalente. O amplificador modifica esse sinal, aumentando sua intensidade. Já o receptor, atua como um alto-falante, transformando novamente o sinal elétrico em onda sonora, enviando-a em direção à membrana timpânica do usuário. O que diferencia um aparelho de um amplificador comum é que além de aumentar o volume em frequências específicas, o amplificador de um aparelho está acoplado a uma espécie de computador que analise o tipo de som e modifica ele filtrando por exemplos barulhos indesejados e aumentando os sons de fala.

Além desses componentes básicos, diversos outros sistemas podem existir tais como controles acessíveis ao usuário, chave de liga e desliga, botão mudança de programas, controle de volume, dentre outros. Além disso, alguns modelos incluem até entradas alternativas como bobina telefônica, entrada direta de áudio (Sistema FM); ou até mesmo conexões com sistemas externos (Bluetooth e Wireless), para uso de controle remoto e chamadas telefônicas diretas via celular.



Quais os tipos de Aparelhos Auditivos?

Existem diversos modelos de aparelhos auditivos, divididos em retroauriculares e intra-auriculares. Basicamente o que diferencia um modelo do outro é a localização dos componentes do aparelho mencionados anteriormente, isto é, receptor, amplificador e microfone.


Retroauricular Total (BTE)

BTE vem da sigla em inglês para Behind-the-Ear (Atrás da Orelha), é o modelo mais antigo e conhecido pelas pessoas. Todos os seus componentes básicos ficam posicionados atrás da orelha. No interior do conduto auditivo, fica um molde feito sob medida, que pode ser de (Silicone ou Acrílico), cuja função é transmitir o som para dentro do conduto auditivo. Os BTEs são aparelhos com maior capacidade de amplificação, exatamente por serem maiores. Por esse motivo, em algumas perdas auditivas mais severas são os únicos que conseguirão entregar um volume de som capaz de reabilitar o paciente.


Retroauricular com Receptor no Canal (RIC)

RIC é a sigla em inglês para Receiver-In-The-Ear (Receptor no Canal). Estes modelos são mais modernos e disponíveis em diversos tamanhos e cores. Nele, microfone e amplificador ficam posicionados atrás da orelha e, no interior do conduto auditivo, fica um receptor fino e discreto, que tem como objetivo levar os sons até a membrana timpânica. Os de linha Avançada e Premium agregam recursos tecnológicos como Bluetooth e Wireless, podendo ser controlados via aplicativos, ter transmissão de streaming de áudio e até receber chamadas telefônicas do celular, além da possibilidade de serem recarregáveis.


Aparelhos Auditivos Intra-auriculares

Dentre os aparelhos intra-auriculares, isto é, que todas as suas partes ficam no canal do ouvido, podemos dividir entre diferentes grupos e tipos conforme se segue.


Microcanal (CIC)

A sigla em inglês CIC repres

enta para Completely-In-The-Canal (Completamente Dentro do Canal). É um modelo de aparelho auditivo pequeno e feito sob medida, confeccionado em uma cápsula, fica posicionado no meato acústico externo sem invadir a região da concha que é a parte mais externa da orelha. Possuem potência menor que os modelos retroauriculares, mas costumam ser uma opção muito discreta e para perdas leves a moderadas.


Intra-auricular (ITE)

Os ITEs vêm da sigla em inglês In-The-Ear (Dentro da Orelha). Também é um modelo de aparelho auditivo feito sob medida e em formato de cápsula. Ainda é um modelo bastante discreto, mas é um pouco maior que o modelo CIC e consegue entregar mais potência e trazer recursos como controle de volume, botão de programação e Bluetooth para conectividade com o celular.


Microcanal (IIC)

Considerado o aparelho mais procurado para quem quer discrição, a sigla em inglês para IIC é Invisible-in-the-canal (Invisível no Canal). Pode ser uma prótese feita sob medida ou em modelos de adaptação imediata e é o menor aparelho auditivo existente. Fica posicionado dentro do canal auditivo, oferece total discrição. Possuem ainda recursos tecnológicos como Bluetooth, podendo ser controlado via aplicativo de celular, mas pelo o tamanho nem sempre entregam o volume necessário para reabilitação.


Como saber se preciso de aparelho auditivo?

Muitas pessoas que acham que escutam bem, na verdade precisam de um aparelho. A perda auditiva, na verdade não vêm inicialmente com uma sensação real de diminuição de volume, mas com uma dificuldade de compreensão. O mais comum, principalmente em idosos, são os familiares perceberem uma série de troca na compreensão de palavras e uma tendência ao isolamento social.

Existem centenas de possibilidades diferentes para perdas auditivas, por isso, antes de comprar um aparelho é muito importante procurar um médico otorrinolaringologista, que é o profissional responsável por diagnosticar e tratar as doenças do ouvido. Existindo a indicação de reabilitação auditiva com o uso do aparelho, deve-se procurar um fonoaudiólogo, que é o profissional responsável pela seleção, adaptação e regulagem da prótese adequada para o paciente.

Levando em conta o tipo de perda assim como as atividades de vida diária e necessidades particulares do paciente, o fonoaudiólogo irá selecionar o modelo mais adequado e trabalhar no processo de adaptação, por meio de orientações e ajustes periódicos para a melhor equalização dos sons, proporcionando o resgate das habilidades auditivas e qualidade de vida. Vale ressaltar que o aparelho em si, portanto, é apenas uma parte do processo de reabilitação e que o preço pago na prótese deve vir associado a um serviço adequado deste profissional, sem o qual a falência da reabilitação é inevitável.



Mestre Fgo. Danilo Santana

Formado em 2012 em fonoaudiologia e com aperfeiçoamento em dispositivos de amplificação sonora e mestrado em saúde da comunicação humana. Acumula mais de 10 anos de experiência na adaptação de aparelhos tradicionais, assim como outros tipos de próteses auditivas, inclusive implantáveis.




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